SIMULADO 1 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - GABARITO

- AS QUESTÕES DE 01 E 02 REFREM-SE AO TEXTO A SEGUIR

TEXTO

POEMA TRANSITÓRIO

Eu que nasci na Era da Fumaça: − trenzinho
vagaroso com vagarosas
paradas
em cada estaçãozinha pobre
para comprar
 pastéis
 pés-de-moleque
 sonhos
 − principalmente sonhos!
porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar;
elas suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
sempre...Nisto,
o apito da locomotiva
e o trem se afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!
...no entanto
eu gostava era mesmo de partir...
e − até hoje − quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.

(QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. in: MARÇAL, Iguami Antônio T. Antologia Escolar, Vol.1; BIBLIEX; p. 169.)

01. QUESTÃO

Em função do que é dito nos versos do poema (Texto de Interpretação), observa-se que o “eu lírico”:
A) viaja, não só fisicamente, mas também por meio de seus pensamentos.
B) é um homem agitado, que leva uma vida de passageiro com luxo e mordomias.
C) deseja ser mau e mórbido, por isso faz suas viagens pelas estrelas.
D) tem fome e pouco dinheiro, logo não gasta com comidas que não alimentam.
E) é uma voz que clama por tranquilidade e brada contra a poluição do ar. 

02. QUESTÃO

Levando em conta o contexto do poema (Texto de Interpretação), em qual das alternativas há um sentido semelhante ao de “acomodo-me no meu lugar” ?
A) Ajeito-me no meu canto. 
B) Entendo-me com minhas ideias.
C) Adapto-me ao meio em que vivo. 
D) Limito-me a ficar pensativo. 
E) Satisfaço-me com o lugar que me dão. 


- AS QUESTÕES DE 05 A 05 REFREM-SE AO TEXTO A SEGUIR

TEXTO 

Nas últimas semanas, comemorou-se o sucesso das políticas de prevenção à Aids em boa parte do mundo.
Dados do Programa das Nações Unidas para o combate à Aids revelam que a redução de novas infecções foi de 20% na década. Houve também queda significativa da mortalidade. Os trabalhos de prevenção e a distribuição de medicamentos em países em desenvolvimento explicam o resultado.
Desenvolver uma vacina eficaz é uma promessa distante. Mas as tecnologias para tratar a doença e diminuir o risco de transmissão do vírus estão surtindo efeito. Hoje se sabe que pessoas que tomaram medicação regularmente e mantêm carga viral indetectável têm expectativa de vida longa e de qualidade e chance reduzida de transmitir o HIV. Esse é um dos motivos que levam muitos especialistas a defender medicação precoce e maciça aos portadores do vírus. Menos vírus circulando pode diminuir o número de infecções. [...]
Por um lado, essas tecnologias contribuem para um menor risco de infecção. Por outro, podem reforçar a sensação de que “se proteger não é tão importante assim”. Para muitos jovens, que tendem a achar que remediar é mais fácil que se cuidar, esse recado equivocado pode complicar a vida. [...] Mesmo com todas essas tecnologias, ainda há muito trabalho de conscientização a fazer.
(BOUER, Jairo – Revista Época, dezembro de 2012 – texto adaptado.)

03. QUESTÃO 

O sucesso das políticas de prevenção à Aids tem sido comemorado em boa parte do mundo, porque

A) houve redução de novas infecções em 20% na década e importante redução de mortalidade.
B) está sendo criada uma vacina eficaz para erradicar a doença, e isso está tranquilizando a população.
C) as pessoas portadoras do vírus têm expectativa de vida longa e as chances de propagação do HIV são menores.
D) as campanhas de prevenção e conscientização já não são necessárias, visto que a maioria dos jovens já tem esclarecimento sobre o assunto.
E) houve redução de novas infecções em 20% na década, mas não houve redução de mortalidade.

04. QUESTÃO

Podemos inferir que no texto

A) predomina o pessimismo, pois uma redução de 20% no número de novas infecções pelo vírus HIV é pouco significativa.
B) há um tom predominantemente otimista, já que houve redução tanto no número de novas infecções quanto no de mortes ligadas à Aids.
C) há um tom de desânimo, em função do aumento do número de novos casos de infecção pelo vírus HIV, gerado pela falta de consciência dos jovens.
D) predomina uma sensação de euforia com relação aos resultados positivos da pesquisa sobre a Aids, advindos da plena consciência dos jovens quanto aos perigos da doença.
E) predomina o otimismo, embora uma redução de 20% no número de novas infecções pelo vírus HIV é pouco significativa.

05. QUESTÃO

Apesar de as novas tecnologias contribuírem para um menor risco de transmissão do vírus da Aids, ainda há grande preocupação com o trabalho de prevenção, pois

A) é importante que os portadores da doença façam uso da medicação precoce e maciça. Isso poderá garantir-lhes melhor qualidade de vida e impossibilitará que outras pessoas sejam infectadas.
B) propagar a notícia de que as novas tecnologias contribuem para um menor risco de infecção pode reforçar, em algumas pessoas, a sensação de que se proteger não é importante.
C) uma quantidade menor de vírus circulando pode diminuir o número de infecções, por isso os portadores devem tomar a medicação regularmente.
D) muitas pesquisas para erradicar a Aids estão sendo realizadas, mas ainda não foi criada uma vacina para combater a propagação do vírus.

- RESPONDA AS QUESTÕES DE 06 A 08 COM BASE NO TEXTO ABAIXO

TEXTO

Ela tem alma de pomba


Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Gerônimo Monteiro, em todos os Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida.
Sete horas da noite era hora de uma pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois pegar a sessão das 8 no cinema.
Agora todo mundo fica em casa vendo uma novela, depois outra novela.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Cachoeiro F. C. com o Estrela F. C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um Internacional x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo confesso que lia mais quando não tinha televisão.
Rádio, a gente pode ouvir baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro – e com tudo mais nessa vida, inclusive a boa conversa, até o making love.
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar uma bola, brincar de bandido, inventar uma
besteira qualquer para fazer. Por exemplo: quebrar o braço.
Só não acredito que a televisão seja “máquina de amansar doido”.
Até acho que é o contrário; ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido dormir.
Quando você cita um inconveniente da televisão, uma boa observação que se pode fazer é que não existe nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, sem um botão para desligar. Mas quando um pai de família o utiliza, isso pode produzir o ódio e rancor no peito das crianças e até de outros adultos.
Quando o apartamento é pequeno, a família é grande, e a TV é só uma – então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinais.
– Agora você se agarra nessa porcaria de futebol...
– Mas você não tem vergonha de acompanhar essa besteira de novela?
– Não sou eu não, são as crianças!
– Crianças, para a cama!
Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aos solitários. Na grande cidade – num apartamentinho de quarto e sala, num casebre de subúrbio, numa orgulhosa mansão – a criatura solitária tem nela a grande distração, o grande consolo, a grande companhia. Ela instala dentro de sua toca humilde o tumulto e o frêmito de mil vidas, a emoção, o “suspense”, a fascinação dos dramas do mundo.
A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente importante, é a grande amiga de pessoa desimportante e só. Da mulher velha, do homem doente... é a amiga dos entrevados, dos abandonados, dos que a vida esqueceu para um canto... ou dos que estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgraça... ou que no meio da noite sofrem o assalto das dúvidas e melancolias... mãe que espera filho, mulher que espera marido... homem arrasado que espera que a noite passe, que a noite passe, que a noite passe...
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas. São Paulo: Círculo do Livro.)

06. QUESTÃO

Apesar dos inconvenientes apontados, o olhar do autor para com a TV é de:

A) complacência, pois ela é paliativo para as dores do homem.
B) muita simpatia, por ela servir de companhia aos solitários, doentes.
C) melancolia, pois, apesar dos malefícios, ela veio para ficar.
D) indiferença, pois não é a TV a causadora dos males do homem.
E) antipatia, pelos prejuízos causados a crianças, jovens e adultos.

07. QUESTÃO

Depois de citar vários exemplos de como a televisão pode prejudicar as pessoas, o narrador utiliza uma frase que revela seu real posicionamento. Essa frase é:

A) Só não acredito que a televisão seja “máquina de amansar doido”.
B) Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o desejável.
C) Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aos solitários.
D) Televisão é incompatível com livro – e com tudo mais nessa vida, inclusive a boa conversa, até o
making love.
E) Quando o apartamento é pequeno, a família é grande, e a TV é só uma – então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinais.


08. QUESTÃO

De acordo com a visão proposta pelo texto, pode-se afirmar que:

A) Quem assiste à televisão não precisa ler livros.
B) Só as crianças e os velhos perdem tempo vendo televisão.
C) Os maridos só ficam em frente à TV quando há jogo de futebol.
D) A TV pode ser um meio de consolo para os solitários.
E) As mulheres só ficam em frente à TV para assistir a novelas.

RESPONDA AS QUESTÕES 09 E 10 COM BASE NO TEXTO ABAIXO

TEXTO 

A arte na nossa vida

Você pode pensar que não conhece arte, que não convive com objetos artísticos, mas estamos todos muito próximos da arte. Nossa vida está cercada dela por todos os lados.

Ao acordar pela manhã e olhar o relógio para saber a hora, você tem o primeiro contato do dia com a arte. O relógio, qualquer que seja o seu desenho, passou por um processo de produção que exigiu planejamento visual. Especialistas estudaram e aplicaram noções de arte. A forma do seu relógio é resultado de uma longa história da imaginação humana e das suas preferências. A cor, a forma, o volume, o material que foram escolhidos estão testemunhando o tempo e a transformação do gosto e da técnica.

Ao observá-lo, você percebe que é um objeto antigo ou moderno, você reconhece que quem o desenhou preferia formas curvas ou retas, ou ainda dourado, e até pedrinhas brilhantes.

Quem escolhe um relógio para comprar, decide com base em suas preferências pessoais. Alguns preferem os mais elaborados, outros preferem os mais simples. É o gosto pessoal que predomina, e este pode variar infinitamente. Varia porque recebe influências de acordo com a idade, com a época, com o meio social em que a pessoa vive. E, como nos diz a sabedoria popular: “gosto não se discute”. 
Mas, quem sabe, possamos discutir o gosto?

Em outros objetos do seu quarto e de seu cotidiano você pode observar a presença da arte: na estampa de seu lençol, no desenho da sua cama, no formato da sua escova de dentes, no desenho da torneira e da pia do banheiro, na xícara que você toma leite, nos talheres, no modelo do carro, no formato do telefone. Em todos os objetos há um pouco de arte aplicada.


Esse esforço para produzir objetos bonitos, agradáveis ao olhar, atraentes e harmoniosos, está em todas as culturas, em todas as civilizações. E em nosso dia-a-dia.

Jô Oliveira e Lucília Garcez

09. QUESTÃO

Pode-se entender como idéia principal do texto que:

A) a arte clássica está em todo lugar.
B) a tecnologia sempre precisou da arte.
C) a arte moderna molda-se à necessidade da tecnologia.
D) no quotidiano da sociedade há arte.
E) até o trabalhador produz arte.

10. QUESTÃO

O texto sugere que:

A) todos sabem que a arte é essencial para a vida.
B) muita gente pensa não conhecer arte.
C) algumas pessoas conhecem e comentam sobre a arte.
D) só é arte o que o povo entende.
E) os relógios são exemplos apenas da arte contemporânea.


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