QUESTÃO

(ENEM) Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem “distorcidos”. Engordamos quando somos gulosos. É pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer
é preciso fazer as pazes com a dita-cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta.
FREIRE, D. S. obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em: http://gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).

O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência 
a) a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.
b) a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.
c) o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.
d) a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.
e) o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.


RESOLUÇÃO:

A disciplinarização do corpo ganhou destaque nos regimes totalitários, sobretudo nos de orientação fascista. No Brasil, Vargas introduziu muito dessa perspectiva higienista, que pressupunha a disciplinarização das práticas corporais para evitar malefícios orgânicos e estéticos, e poder, assim, formar cidadãos capazes de corresponder às expectativas do Estado, até mesmo para potencial participação em guerras. Com o fim desses regimes, ao mesmo tempo em que clínicas de estética divulgavam padrões homogêneos de beleza, a expansão da indústria da moda, em níveis jamais vistos na história da humanidade, estabeleceu um terrorismo psicológico, atribuindo aos obesos a culpabilidade por seu excesso de peso, projetando no seu caráter a razão desse desvio estético, o que fere os moldes estabelecidos pela sociedade de consumo.

RESPOSTA DADA POR: ENEM COMENTADO 2012/EDITORA FTD S.A.

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