5 de junho de 2016

Texto para as questões 05 e 06

Seria ingenuidade procurar nos provérbios de
qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver. É
coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer,
responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o
sábio limite das despesas, porque “vintém poupado, vintém
ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão igual: “Da
vida nada se leva”. (...)
Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a
sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus costumes
peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história.
As diferenças na expressão de uma sentença observáveis de
uma terra para outra podem divertir o curioso e, às vezes,
até instruir o etnógrafo.
Povo marítimo, o português assinala semelhança
grande entre pai e filho, lembrando que “filho de peixe,
peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma
verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao
olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não cai
longe da árvore”.
Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras.

05. QUESTÃO

No texto, a função argumentativa do provérbio “Da vida nada se leva” é expressar uma filosofia de vida contrária à que está presente em “vintém poupado, vintém ganhado”.

Também é contrário a esse último provérbio o ensinamento expresso em:

A) Mais vale pão hoje do que galinha amanhã.

B) A boa vida é mãe de todos os vícios.

C) De grão em grão a galinha enche o papo.

D) Devagar se vai ao longe.

E) É melhor prevenir do que remediar.

06. QUESTÃO

Considere as seguintes afirmações sobre os dois provérbios citados no terceiro parágrafo do texto.
I. A origem do primeiro, de acordo com o autor, está ligada à história do povo que o usa.
II. Em seu sentido literal, o segundo expressa costumes peculiares dos húngaros.
III. A observação das diferenças de expressão entre esses provérbios pode, segundo o pensamento do autor, ter interesse etnográfico.

Está correto apenas o que se afirma em

A) I.

B) II.

C) III.

D) I e II.

E) I e III.

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