“Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero,
derramar algumas lágrimas, e não almoçar (…). A realidade é que eu almocei, como os demais
dias.”
Nesse trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis dirige-se ao leitor e
informa como a história deveria ser contada, mas prefere dizer a verdade. Com isso, o autor faz uma
crítica ao seguinte estilo de época da literatura:
[A] Realismo, por imprimir uma realidade distorcida apenas para agradar o leitor.
[B] Simbolismo, por recorrer à “fantasia” e apresentar um conflito falso entre matéria e espírito.
[C] Barroco, por apresentar uma linguagem rebuscada e usar figura de linguagem em “titilar-lhe os
nervos da fantasia”.
[D] Naturalismo, por apresentar a necessidade animalesca do homem diante de uma fome irônica.
[E] Romantismo, por insinuar que os românticos simulariam padecimentos em vez de contar a
verdade.
Machado de Assis, autor de Memórias póstumas de Brás Cubas, acaba por criticar o Romantismo por ser o estilo
literário antecedente ao Realismo do qual faz parte a obra citada. No Romantismo, tudo é idealizado e fora da
realidade, e o Realismo quer mostrar a vida cotidiana das pessoas tal qual ela é, cheia de defeitos, imperfeições e
dificuldades. Daí a crítica do narrador ao dizer que almoçou, em vez de fantasiar um comportamento teatral
sugerido.
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