(EsPCEx 2022) - QUESTÃO

Leia o trecho a seguir e marque a alternativa correta
“[…] Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. […] Esses gerais são sem tamanho[…] O sertão está em toda a parte.

Do demo? Não gloso. Senhor pergunte aos moradores. […] 

De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía prazos. Vivi puxando difícil de difícel, peixe vivo no moquém: quem mói no asp’ro, não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. […]

A respeito do fragmento, é correto afirmar que 
[A] a narrativa está situada no sertão mineiro de Guimarães Rosa, caracterizando o romance como regional, uma vez que fixa, no espaço da narrativa, as fronteiras geográficas. 
[B] as marcas regionais são evidentes nos termos utilizados, na recriação da fala de sertanejos, mas as questões tratadas abordam dramas humanos: dor, incertezas, medos… ampliando o regionalismo na ficção roseana para uma dimensão universal. 
[C] o fragmento é marcado pela presença de neologismos, recriação de palavras como “asp’ro”; “fantasêia”…, característica de Guimarães Rosa, inovando o romance regional, caracterizando de modo diferenciado o falar dos sertanejos. 
[D] apresenta os dramas, medos, sofrimentos, incertezas do sertanejo. Trata-se de sofrimentos provenientes das agruras do sertão, evidenciando uma abordagem exclusivamente regional do universo ficcional de Guimarães Rosa. 
[E] caracteriza a fuga não só dos retirantes da caatinga como também de criminosos, conforme atesta a passagem “onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade”, compondo o universo regional de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. 


O trecho de Guimarães Rosa foi retirado de uma fala do personagem Riobaldo, do romance Grande Sertão: Veredas 


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